sábado, 27 de fevereiro de 2010

Comentário interessante sobre a questão abordada na postagem anterior: "Livro infantil combate racismo de forma lúdica"

O estande do Concurso Literário “Eu leio, Eu escrevo” foi palco do lançamento do livro: “Cabelo Ruim?” – A história de três meninas aprendendo a se aceitar. A obra foi escrita pela jornalista Neusa Baptista e ilustrada pela designer Nara Silver.

A questão do preconceito racial é muito difícil de ser tratada, especialmente nas salas de aula. O livro tem o intuito de apoiar o trabalho de professores na orientação para a aceitação das diferentes etnias.

“Estou me sentindo muito feliz por estar aqui concretizando este trabalho, mas principalmente por perceber que as escolas têm demonstrado muito interesse no livro. Infelizmente o tema ainda está inserido na nossa realidade, e espero que o meu trabalho colabore com a aceitação de muitas pessoas e principalmente na construção de uma sociedade mais igualitária”, disse a autora.

O livro foi inspirado na história vivenciada pela autora e por outras pessoas que com ela conviviam durante a infância. É comum crianças negras se sentirem feias, não gostarem e não se aceitarem por causa dos seus cabelos, para muitos essa afirmação pode parecer meio “démodé”, mas é a mais pura realidade, pois a sociedade possui um padrão de beleza que exclui os negros.

O livro é destinado a crianças que estudam nas séries iniciais, mas pode despertar interesse em toda a sociedade. Segundo a professora Kerlla Amorim, piadinhas falando que o cabelo de outras crianças é de “bombril” são corriqueiras, apesar de serem menos freqüentes. Kerlla ainda acrescenta que o livro vem a calhar em ajudar as instituições a se orientarem na discussão e a trabalhar com as diferenças.

“Antigamente a gente não se via nas Tvs e nem estávamos em evidência nos meios de comunicação, hoje é mais comum nos vermos. E não apenas como empregados ou coisas do tipo. Com a organização do movimento, estamos conquistando o nosso espaço. Trabalho com crianças e adolescentes e vejo constantemente a não aceitação da pele e do cabelo, resultado do padrão de beleza imposto pela sociedade. Com este livro vai ser mais fácil ilustrar que o nosso cabelo não é ruim e sim diferente”, disse Célia Silva Santos membro do Movimento de Inteligência Negra (MIN).

A obra é a primeira atividade do “Projeto Pixaim: Nem bom, nem ruim”, que visa combater a discriminação. As escolas que passarem pelo estande receberão um exemplar do livro gratuitamente e ainda podem fazer um cadastro para a autora realizar palestras sobre o preconceito. O projeto também prevê outras atividades, a próxima a ser planejada é a gravação de um documentário também tratando sobre o tema, desta vez com mulheres negras.

História – “Cabelo Ruim?” conta a história de três meninas que ao se depararem com o preconceito contra o cabelo crespo em sala de aula assumem uma postura positiva em relação ao assunto e conseguem dar a volta por cima de uma forma divertida. “É uma maneira de mostrar à criança que seu cabelo é bonito sim e deve ser aceito como é. A pergunta que precisa ser feita é: ‘quem disse que o cabelo crespo precisa ser alisado para ser bonito?’”.
Temas como diversidade, preconceito, respeito às diferenças podem e devem ser trabalhados de forma prazerosa com as crianças.
Olhem só que legal algumas indicações de livros para trabalho em sala:


*Tudo Bem Ser Diferente
Todd Parr

Autor de livros infantis de sucesso e criador do desenho animado "Todd World", do canal Discovery Kids, Todd ensina as crianças a cultivar a paz e os bons sentimentos com frases curtas, diretas e envolventes, e ilustrações coloridas que aproximam e chamam a atenção de meninos e meninas (e dos adultos também). "Tudo Bem Ser Diferente" trabalha com as diferenças de cada um de maneira divertida, simples e completa, abordando assuntos que deixam os adultos de cabelos em pé, como adoção, separação de pais, deficiências físicas e preconceitos raciais, entre outros.
Ziraldo

Editado pela primeira vez em 1986, conta a história de dois amigos de cores diferentes que crescem juntos.
"Sua pele era cor de chocolate. As bolinhas dos olhos pareciam duas jabuticabas: pretinhas. Os cabelos eram enroladinhos e fofos. Pareciam uma esponja."
Parte da Série Mundo Colorido, da Editora Melhoramentos.
*Na Minha Escola Todo Mundo É Igual
Rossana Ramos, Priscila Sanson

*AS TRANÇAS DE BINTOU
Sylviane A. Diouf
O sonho de Bintou, uma menina africana, é ter tranças como todas as mulheres mais velhas de sua aldeia. Mas, como ainda é criança, tem de se contentar com os birotes. A autora Sylviane A. Diouf, filha de pai senegalês e mãe francesa, criou uma delicada história sobre a angústia do rito de passagem e o aprendizado do crescimento. As ilustrações de Shane W. Evans reforçam beleza, tradição e encantamento da cultura africana. Um belo exercício de respeito à pluralidade cultural e ao amadurecimento.

Editora: Cosac & Naify
* Menina Bonita do Laço de Fita

Editora: Atica
Menina Bonita do Laço de Fita´ traz uma linda história, onde um coelho branquinho queria casar-se e ter uma filha ´bem pretinha´. Durante a obra, o coelho tenta descobrir o segredo para conquistar o seu tão sonhado desejo. Leia o livro e acompanhe a busca do coelhinho!
















sábado, 20 de fevereiro de 2010

A diversidade na escola



Ao tratar da diversidade humana na escola podemos ter como parâmetro a necessidade de reconhecimento que caracteriza os seres humanos.
Para interpretarmos quem somos como coletividade, ou quem sou como indivíduo, dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele”, nos ensina Habermas (1983: 22).
O reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana, já que o ser humano é um ser que só existe através da vida social.
Como também nos ensina Charles Taylor (1994: 58), “um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele.”
Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre os portadores de deficiências e grupos subalternos, pobres, negros, prostitutas, homossexuais, é deprimente e humilhante para estes e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais por que tais representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados.
Para que haja respeito à diversidade na escola é necessário que todos sejam reconhecidos como iguais em dignidade e em direito. Mas para não nos restringirmos a uma concepção liberal de reconhecimento, devemos também questionar os mecanismos sociais, como a propriedade, e os mecanismos políticos, como a concentração do poder, que hierarquizam os indivíduos diferentes em superiores e dominantes, e em inferiores e subalternos.
Em outras palavras, ao considerarmos que os seres humanos dependem do reconhecimento que lhes é dado, estamos reconhecendo que a identidade do ser humano não é inata ou pré-determinada, e isso nos torna mais críticos e reflexivos sobre a maneira como estamos contribuindo para a formação das identidades dos nossos alunos.
Como ainda nos ensina Taylor (1994: 58), “a projeção sobre o outro de uma imagem inferior ou humilhante pode deformar e oprimir até o ponto em que essa imagem seja internalizada”. E não “dar um reconhecimento igualitário a alguém pode ser uma forma de opressão”.
Porém, quando afirmamos que “todos os seres humanos são igualmente dignos de respeito” (Taylor, 1994: 65), isso não pode significar que devemos deixar de considerar as inúmeras formas de diferenciação que existem entre os indivíduos e grupos.
Devemos fornecer o apoio e os recursos necessários para que não haja assimetria, desigualdade nas oportunidades e no acesso aos recursos. De novo Taylor (1994: 64): “Para aqueles que têm desvantagens ou mais necessidades é necessário que sejam destinados maiores recursos ou direitos do que para os demais”.


O que é diversidade???


O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.
A idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes
ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua.
Fonte: Wikipédia
Imagem:papodeaborrecente.files.wordpress.com/2009/11...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010